Câncer de Mama Metastatico: As pacientes no centro do tratamento


CLIQUE NO PLAYER PARA OUVIR O ARTIGO

Informação e participação ativa nas decisões contribuem para o maior engajamento no processo

Receber o diagnóstico de câncer de mama é um choque e quando se trata da doença metastática, ou seja, células cancerosas que saíram da área original e apareceram em outros locais do corpo, é ainda mais desafiador. Muitas pacientes relatam que, diante da noticia, acreditam que terão pouco tempo de vida. Foi o caso da Silvia Ferrite, que descobriu um câncer de mama em 2012, se tratou, mas, sete anos depois, recebeu o diagnóstico de metástase. "Fui à consulta com meu marido imaginando que teria uns dois anos e meio de vida, e que passaria esse tempo sofrendo com os efeitos da quimioterapia. Mas a minha oncologista explicou que eu faria uma terapia-alvo, tomando o medicamento em casa", ela lembra.

De fato, hoje a paciente pode viver mais e melhor. "Importantes avanços foram feitos nos últimos anos, propiciando mais tempo e melhor qualidade de vida", conta o oncologista Antônio Carlos Buzaid, citando, entre os tratamentos mais inovadores, a hormonioterapia, imunoterapia, terapia-alvo e os anticorpos conjugado a drogas (ACDs), que permitem reduzir os efeitos colaterais e aumentar a eficácia do tratamento, comparado à quimioterapia convencional ou padrão.

PACIENTE PARTICIPA DAS DECISÕES

 Outra importante transformação nos tratamentos atuais é a inclusão das pacientes nas discussões relacionadas às condutas terapêuticas. "Durante muito tempo a decisão do tratamento ficou nas mãos do médico", diz a oncologista Solange Sanches, vice-líder do Centro de Referência em Tumores de Mama no A.C.Camargo Câncer Center. "Agora, incluímos a paciente nessa conversa, fornecendo todas as informações necessárias para que ela entenda a doença, as opções de tratamentos e seus efeitos colaterais e, dessa forma, possa contextualizar esses aspectos dentro da sua vida", explica.

No caso de Silvia, sua oncologista apresentou três opções de terapias-alvo suficientes para controlar a doença. "Ela me falou dos resultados de pesquisas cientificas, dos efeitos colaterais e de que forma eles me impactariam e escolhermos aquela que me daria mais qualidade de vida". Para Solange Sanches, esse tipo de postura é fundamental. Afinal, segundo ela, quando a paciente está bem informada, ela pode participar das decisões, entender cada fase do processo e aderir melhor ao tratamento. Com a terapia correta, informação e apoio, as pacientes podem viver mais e com melhor qualidade de vida. Silvia concorda: "A vida, para mim, é uma roda gigante. Tem seus baixos, mas tem seus altos, também. Ao longo do tratamento surgem importantes descobertas cientificas e o medo vai dando lugar à esperança", conclui.

Fonte: Veja Saúde

Postar um comentário

0 Comentários