Baseado nas informações do Hospital
Sírio-Libanês
A tuberculose ganglionar é uma das formas extrapulmonares
da tuberculose, que acomete os gânglios linfáticos, estruturas fundamentais do
sistema imunológico responsáveis por filtrar agentes infecciosos. Embora menos
conhecida do que a forma pulmonar, é a variante extrapulmonar mais comum,
principalmente entre crianças e adolescentes.
Apesar de sua gravidade, essa forma da doença não
é contagiosa, mas exige atenção médica imediata. Neste artigo, você vai
entender o que é, quais são os sintomas, como é feito o diagnóstico, o tratamento
adequado e como prevenir essa condição.
O
que é a tuberculose ganglionar?
A tuberculose ganglionar é causada pelo mesmo
agente da tuberculose pulmonar, a bactéria Mycobacterium tuberculosis, também
chamada de bacilo de Koch (BK). Diferentemente da tuberculose que atinge os
pulmões, essa versão da doença se instala nos gânglios linfáticos,
especialmente na região do pescoço, mas também pode afetar axilas, virilha,
abdômen e tórax.
Seu desenvolvimento está geralmente associado à
disseminação do bacilo pelo corpo, o que pode ocorrer após um contato prévio
com a bactéria, mesmo anos depois da infecção inicial. Pessoas com o sistema
imunológico fragilizado, como portadores de HIV ou pacientes imunossuprimidos,
apresentam maior risco de desenvolver a doença.
Quais são os sintomas?
Os sinais da tuberculose ganglionar podem
surgir de maneira lenta e, por isso, muitas vezes são confundidos com outras
infecções ou doenças autoimunes. Os sintomas mais comuns incluem:
Aumento dos gânglios linfáticos (geralmente no
pescoço), que podem se tornar visíveis e palpáveis;
Febre
persistente, geralmente baixa;
Cansaço
excessivo e anemia;
Dores
corporais, especialmente nas regiões afetadas;
Perda de
apetite e emagrecimento progressivo.
Em casos avançados, os gânglios podem formar abscessos
com pus, que eventualmente drenam espontaneamente, causando dor e risco de
infecções secundárias.
A
tuberculose ganglionar é contagiosa?
Não. Ao contrário da tuberculose pulmonar — que
é altamente contagiosa e transmitida por gotículas de saliva — a tuberculose
ganglionar não é transmitida de pessoa para pessoa. Isso acontece porque a
infecção está localizada nos gânglios linfáticos e não nas vias respiratórias,
impedindo a liberação de bactérias no ar.
Como é feito o diagnóstico?
O diagnóstico correto é fundamental para
iniciar o tratamento o quanto antes e evitar complicações. Os principais exames
incluem:
Ultrassonografia dos gânglios linfáticos – para
observar tamanho e alterações na estrutura;
Aspiração
com agulha fina ou biópsia do gânglio – para análise em laboratório;
Exame
histopatológico e cultura para micobactérias – confirmam a presença do Mycobacterium
tuberculosis.
É importante lembrar que o diagnóstico também
serve para descartar outras causas do aumento dos gânglios, como linfomas ou
infecções bacterianas comuns.
Qual é o tratamento?
O tratamento da tuberculose ganglionar segue o mesmo
protocolo da tuberculose pulmonar, com uso de medicamentos antibióticos
específicos contra o bacilo. O esquema básico envolve:
Uma combinação
de antibióticos administrados por, no mínimo, seis meses;
Uso em
jejum, para melhor absorção dos medicamentos;
Acompanhamento
médico regular, preferencialmente por meio do Tratamento Diretamente Observado
(T D O), para garantir que o paciente siga corretamente todas as etapas.
Mesmo com a melhora dos sintomas antes do fim
do tratamento, é imprescindível completar o ciclo de medicamentos, para evitar
recaídas e a resistência da bactéria.
Cuidados durante o tratamento
Algumas medidas simples podem acelerar a
recuperação e evitar complicações:
Repouso
e preservação da energia corporal;
Boa
alimentação, rica em nutrientes para fortalecer o sistema imunológico;
Evitar a
automedicação ou abandono do tratamento, mesmo que os sintomas desapareçam.
Por que tratar mesmo sem risco de contágio?
Apesar de não ser transmissível, a tuberculose
ganglionar pode provocar complicações sérias caso não seja tratada
adequadamente, como:
Formação
de abscessos dolorosos nos gânglios;
Disseminação da bactéria para outros órgãos;
Enfraquecimento do sistema imunológico,
deixando o corpo mais vulnerável a outras infecções.
Como prevenir?
A prevenção da tuberculose, especialmente da
forma pulmonar (que pode levar à ganglionar), inclui:
Evitar
contato com pessoas infectadas e sem tratamento;
Ambientes
bem ventilados, para reduzir o risco de inalação de partículas contaminadas;
Vacina
BCG, que protege principalmente contra as formas graves da tuberculose em
crianças;
Fortalecer
o sistema imunológico com alimentação saudável, atividade física e controle de
doenças crônicas.
Quando procurar um especialista?
Se você perceber inchaço persistente nos
gânglios, febre de origem indefinida, emagrecimento sem causa aparente ou formação
de caroços dolorosos no pescoço, procure um médico imediatamente. O diagnóstico
precoce é o melhor aliado para a cura da tuberculose ganglionar.
A tuberculose ganglionar é uma doença tratável
e curável, mas exige atenção e comprometimento. Com acompanhamento médico,
tratamento adequado e cuidados com a saúde geral, é possível vencer essa forma
de tuberculose sem complicações.
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