Por Lucas Gabriel Marins
O desenvolvimento do órgão genital
masculino é uma etapa central da puberdade, mas pode gerar dúvidas entre
adolescentes e seus responsáveis. Uma questão frequente — e uma das mais
buscadas no Google no último ano, segundo o Google Trends — é: até que idade o
pênis cresce?
Crescimento durante a puberdade
De acordo com especialistas, o crescimento
peniano ocorre predominantemente durante a puberdade, que nos meninos
geralmente vai até os 18 anos. Esse processo é estimulado pela testosterona,
hormônio sexual masculino produzido em maior quantidade nesse período.
“Nos primeiros cinco anos de vida, a
produção de testosterona é baixa, mas já permite algum desenvolvimento da
genitália. Na puberdade, o aumento expressivo desse hormônio promove o
crescimento acelerado do pênis”, explica o urologista Eduardo Lopes, professor
da Faculdade de Medicina da Bahia (FAMEB/UFBA).
Tamanho médio e variações
Estudo da Universidade Federal do Rio de
Janeiro (UFRJ), que acompanhou 2.010 meninos de 0 a 18 anos, indica que o
comprimento médio do pênis ereto no Brasil é de 14,5 cm, valor semelhante ao
observado em pesquisas internacionais (entre 12 e 16 cm).
Segundo a Sociedade Brasileira de
Pediatria (SBP), o crescimento ocorre em quatro fases:
Ao
nascimento: média de 3,7 cm
De
0 a 3 anos: cerca de 6,2 cm
De
3 a 11 anos: cerca de 7,7 cm
De
11 a 18 anos: média final de 14,5 cm
Variações individuais são esperadas. No
entanto, quando o tamanho está muito abaixo da média para a idade, pode indicar
micropênis, condição que costuma impactar a autoestima e requer avaliação
médica.
O que é micropênis?
Define-se micropênis quando o comprimento
está 2,5 desvios-padrão abaixo da média para a idade. Em adultos, corresponde a
menos de 8 cm em ereção. A condição afeta cerca de 0,6% da população masculina
mundial.
O principal fator relacionado é a
deficiência na produção ou ação da testosterona. “Algumas crianças têm
resistência periférica à testosterona, o que impede que o hormônio estimule o
crescimento do pênis de forma adequada”, diz Lopes.
Diagnóstico e tratamento precoce
O diagnóstico precoce é essencial. A
avaliação deve ser feita por urologista ou pediatra logo nas primeiras
consultas de puericultura.
“Qualquer tratamento deve começar o mais
cedo possível, preferencialmente antes dos 5 anos ou, no máximo, até os 10”,
orienta o especialista.
Quando identificado na infância, o
tratamento geralmente envolve o uso de testosterona em formulações tópicas ou
injetáveis, sempre com prescrição e acompanhamento médico. A Sociedade
Brasileira de Urologia alerta que o uso de hormônios com base apenas em
medições caseiras pode causar sérios efeitos adversos, como maturação sexual
precoce, baixa estatura, distúrbios metabólicos e impacto psicológico negativo.
E na idade adulta?
Quando o micropênis persiste até a vida
adulta, a principal opção terapêutica passa a ser cirúrgica. A técnica mais
utilizada é a mobilização total dos corpos cavernosos (TCM), capaz de
proporcionar aumento de 6 a 8 cm no comprimento do órgão.
“É a única cirurgia que realmente aumenta
o pênis, pois reposiciona parte da estrutura que fica naturalmente interna.
Porém, envolve riscos, como disfunção erétil, e deve ser reservada a casos em
que o tamanho inviabiliza a atividade sexual”, ressalta Lopes.
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