Por Paula Laboissière - AGENCIA BRASIL
Recomendação é da Sociedade Brasileira de
Oftalmologia
A maioria das mães sente alívio quando o bebê,
ainda na maternidade, recebe resultado normal após passar pelo teste do
olhinho. O que nem todo mundo sabe é que o exame, rápido e indolor, ainda
precisa ser repetido pelo menos mais três vezes todos os anos até que a criança
complete 3 anos.
“Não
acabou ali na maternidade. Pelo contrário, só começou ali. Ao longo do primeiro
ano, são pelo menos três novos testes, além desse da maternidade. Isso até a
criança completar 3 anos”, reforçou a presidente do 69º Congresso
Brasileiro de Oftalmologia, Luisa Hopker.
Em
entrevista à Agência Brasil, a médica explicou que o teste do olhinho funciona
como uma espécie de rastreio para doenças como catarata congênita, glaucoma
congênito e retinoblastoma, mas não detecta erros de refração como miopia,
hipermetropia e astigmatismo.
“Ele
só vai identificar se aquela criança precisa ou não ir com urgência para o
oftalmologista.”
Exame completo
Luisa
lembrou que uma diretriz da Sociedade Brasileira de Oftalmologia
Pediátrica recomenda, além do teste do olhinho feito pelo pediatra, um exame
oftalmológico completo, feito por um especialista, entre 6 e 12 meses de
idade e, novamente, aos 3 anos.
“Esse
é o principal exame oftalmológico que deve ser realizado durante a infância
porque ele consegue detectar vários problemas que ainda estão a tempo de serem
tratados.”
“Nesse
exame completo, aos 3 anos de idade, você consegue medir a visão por meio do
exame de acuidade visual. Você consegue ver se essa criança tem estrabismo ou
não, consegue fazer avaliação do grau com a pupila dilatada e consegue fazer o
exame do fundo do olho pra ver se está tudo bem com a retina”, completou.
A médica
alertou que a maioria dos problemas oftalmológicos na infância não apresenta
sinais e sintomas. Por esse motivo, manter a rotina de consultas da criança é a
melhor estratégia para pais e cuidadores.
“Olho
preguiçoso não dá nenhum sintoma. Grau alto de hipermetropia, na maioria das
vezes, não dá nenhum sintoma. Grau alto de miopia, muitas vezes, não dá nenhum
sintoma. É algo que faz com que a gente fique preocupado porque, se não dá
sintoma, não tem como você detectar a não ser examinando.”
“Muita
gente ainda tem aquele conceito: ‘Meu filho não está batendo na porta na hora
que anda, não está tropeçando’. Mas esses são sinais que, quando aparecem, por
causa de uma doença oftalmológica, já está tudo muito grave. A gente não espera
esse tipo de sintoma pra ir ao oftalmologista”, concluiu.
Fonte:Agência Brasil
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