Neste momento, o mais seguro é evitar
bebidas alcoólicas, inclusive vinho e cerveja
Beatriz Zolin - Agência Brasil
Atualmente, há 209 casos de intoxicação por
metanol em investigação no Brasil. Destes, 16 foram confirmados, e dois
resultaram em morte. A maioria das bebidas adulteradas era destilados, como
gin, uísque e vodca. Ainda assim, o risco ao consumir cerveja e vinho não pode
ser descartado
Metanol em bebidas destiladas
No processo de produção de uma bebida
alcoólica, é esperado que o metanol se acumule durante a destilação, etapa que
aquece o líquido para separar o álcool da água e de outras substâncias. A
"cabeça", primeira fração de vapores após o aquecimento, é descartada
justamente para garantir a segurança do produto final.
A presença do metanol nos casos vistos
recentemente pode ter acontecido por dois motivos: um erro durante o processo
de destilação ou a ausência do descarte da cabeça, fazendo com que a quantidade
de bebida gerada fosse maior, porém tóxica.
"Assim, você consegue um volume maior de
bebida com o mesmo teor alcoólico percebido. Se essa diluição fosse feita com
água, por exemplo, o teor alcoólico percebido seria menor", explica Thiago
Carita Correra, professor do Departamento de Química Fundamental do Instituto
de Química da Universidade de São Paulo (IQ-USP).
Metanol em bebidas fermentadas
No caso das bebidas fermentadas, como o vinho e
a cerveja, a produção para em um momento anterior ao da destilação: a
fermentação. Nessa etapa, a transformação das matérias-primas, como uvas e
cereais, também pode resultar em metanol, mas em quantidades muito baixas e que
não fazem mal para a saúde.
A adulteração com metanol, no entanto, pode
ocorrer depois da bebida pronta.
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