Da Redação
De acordo com a Associação Mundial do Glaucoma,
estima-se que cerca de 80 milhões de pessoas tenham glaucoma em todo o mundo.
Aproximadamente 50% dos indivíduos com glaucoma não sabem que têm a doença, e
esse número pode ser ainda maior em países subdesenvolvidos. Isso ocorre
porque, em seus estágios iniciais, o glaucoma é assintomático. Se não for
tratado, o glaucoma pode evoluir para cegueira. A doença é um distúrbio
degenerativo crônico e progressivo do nervo óptico que produz danos
característicos no campo visual. A Semana Mundial do Glaucoma, realizada todos
os anos no mês de março, é uma iniciativa conjunta global entre a Associação
Mundial do Glaucoma e a Rede Mundial de Pacientes com Glaucoma, a fim de
aumentar a conscientização sobre a doença e alertar a todos para que façam
exames regulares dos olhos (e dos nervos ópticos) para detectar o glaucoma o
mais cedo possível.
A pesquisa “Um novo olhar para o glaucoma no
Brasil”, aplicada em junho de 2020 pelo IBOPE Inteligência, mostrou que 41% das
pessoas entrevistadas não sabiam o que é glaucoma; 53% desconheciam que a
doença possui a maior probabilidade de um quadro de cegueira irreversível; 39%
desconheciam sua probabilidade de cegueira; e 47% acreditavam ser um mito ou
desconheciam a relação da doença com hereditariedade. O levantamento dos dados
foi realizado junto a 2,7 mil internautas brasileiros, com idade a partir dos 18
anos, em diferentes estados: Bahia, Ceará, Pernambuco, Rio de Janeiro, Rio
Grande do Sul, Santa Catarina e São Paulo.
O glaucoma é uma doença crônica que não tem
cura e é capaz de causar cegueira se não for tratada a tempo, pois 80% dos
glaucomas não apresentam sintomas no início da doença. Quanto mais precoce for
o diagnóstico, maiores serão as chances de se evitar a perda da visão. Segundo
a Sociedade Brasileira de Glaucoma, a doença é mais comum após os 40 anos de
idade, atingindo aproximadamente um milhão de brasileiros. É a partir dessa
idade que os exames de diagnóstico devem ser realizados anualmente. E, se houver
fatores de risco, como hipertensão arterial, diabetes e histórico familiar de
glaucoma, deve-se antecipar a procura por um oftalmologista.
O glaucoma ocorre quando a pressão elevada no
interior do olho, no decorrer de alguns anos, danifica as fibras nervosas do
nervo óptico. O olho contém um líquido (humor aquoso) que circula continuamente
no seu interior. Esse líquido é produzido e escoado através de uma região
denominada ângulo da câmara anterior. No glaucoma, há uma diminuição no
escoamento desse líquido, o que faz com que ele se acumule dentro do olho,
provocando o aumento da pressão intraocular.
O paciente com glaucoma não tratado começa a
perder a visão periférica, ou seja, quando ele olha para a frente, enxerga
nitidamente os objetos que estão distantes, porém, não vê o que está nas
laterais. É como se o olho estivesse observando através de um tubo. Nos
estágios mais avançados, a visão central também é atingida e o glaucoma pode
evoluir para a cegueira.
Para tratar o glaucoma, são usados colírios que
diminuem a pressão intraocular e, geralmente, evitam a progressão da doença.
Porém, o dano estabelecido não pode ser revertido. Em casos específicos, o
tratamento a laser e a cirurgia também são recomendados
0 Comentários