Da Redação
Em 1965, as ruas de Belfast, capital da Irlanda
do Norte, testemunharam um marco histórico na medicina de emergência: a
primeira ambulância equipada com um desfibrilador portátil. O feito foi
resultado da visão e do trabalho do médico Frank Pantridge, que transformou
para sempre o atendimento de pacientes vítimas de parada cardíaca fora do
ambiente hospitalar.
Até então, as chances de sobrevivência de uma
pessoa que sofresse um ataque cardíaco em casa, no trabalho ou em via pública
eram mínimas. O tempo de deslocamento até o hospital comprometia a eficácia do
atendimento, já que cada minuto sem circulação adequada do sangue reduz
drasticamente as chances de sobrevivência.
O desfibrilador portátil criado por Pantridge
mudou essa realidade. Pequeno o suficiente para ser transportado em
ambulâncias, o aparelho permitia que a equipe de socorro aplicasse o choque
elétrico necessário para restabelecer o ritmo cardíaco ainda no local da
ocorrência. Assim, aumentavam-se significativamente as chances de recuperação
do paciente.
Ao longo das décadas, o equipamento evoluiu em
tecnologia, design e acessibilidade. Hoje, os desfibriladores externos
automáticos (DEA) podem ser encontrados em aeroportos, escolas, academias,
shoppings e diversos locais públicos. De uso simplificado, com instruções
sonoras e visuais, eles podem ser manuseados por qualquer pessoa treinada,
ampliando ainda mais a possibilidade de salvar vidas.
Passados 60 anos desde a primeira utilização, o
impacto do desfibrilador portátil é incalculável. Milhões de vidas foram
preservadas graças à iniciativa pioneira de Frank Pantridge, que ficou
conhecido como o "pai da medicina de emergência moderna".
A invenção não apenas transformou a forma de
lidar com emergências cardíacas, mas também inspirou avanços em todo o sistema
de atendimento pré-hospitalar, consolidando a importância de unir tecnologia,
rapidez e preparo humano no combate às doenças cardiovasculares, que continuam
sendo uma das principais causas de morte no mundo.
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