Por Tâmara Freire - Repórter da Agência
Brasil
Pesquisa vai acompanhar 516 gestantes
infectadas pelo HTLV-1
Pesquisadores da Fiocruz Bahia, em parceria com o Ministério da Saúde, vão testar se um remédio utilizado no tratamento de HIV pode prevenir a transmissão do vírus HTLV-1 de mãe para filho. O vírus linfotrópico de células T humanas tipo 1, ou HTLV-1, ataca as células do sistema imunológico e pode causar doenças como leucemia e mielopatia, além de deixar o organismo mais vulnerável a infecções.
O HTLV-1 pode ser transmitido durante a relação
sexual desprotegida ou de mãe para filho, principalmente durante a amamentação.
Por isso, a testagem é obrigatória durante o pré-natal e as gestantes com
resultado positivo são orientadas a não amamentar. Mas cerca de 5% das
infecções podem ocorrer durante a gestação ou parto, e são essas infecções que
o projeto da Fiocruz quer evitar.
O estudo inédito vai acompanhar 516 gestantes
infectadas pelo HTLV-1 e seus recém-nascidos até que eles completem 18 meses de
idade. Parte das gestantes usará o medicamento dolutegravir, da 24ª semana de
gestação até o parto. Depois os bebês continuarão usando o remédio por 28 dias.
O outro grupo, que servirá como controle, seguirá apenas a recomendação padrão
de suspender a amamentação.
Caso os resultados confirmem que o remédio
reduz as infecções, será a primeira intervenção farmacológica do mundo capaz de
prevenir a transmissão vertical do vírus. De acordo com os pesquisadores, isso
pode embasar um novo protocolo e ajudar o Brasil a cumprir com a meta
estabelecida pela Organização Pan-Americana da Saúde, de eliminar a transmissão
vertical do HTLV-1 até 2030.
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